A alfabetização é um dos momentos mais marcantes da vida escolar de uma criança. É quando ela começa a descobrir que pode nomear o mundo com palavras, registrar seus pensamentos e compreender histórias que antes pareciam mágicas. Mas para que esse processo seja realmente significativo, ele precisa estar apoiado em algo muito maior do que apenas letras e sílabas: precisa estar apoiado na autonomia na alfabetização.
Na Casa de Vó Escola Bilíngue e na FLY Elementary School, acreditamos que a alfabetização não é um destino — é uma jornada. E, como toda jornada, ela só faz sentido quando a criança é protagonista do próprio caminho.
Neste texto, vamos explorar por que a autonomia na alfabetização é tão importante, como ela se desenvolve desde a primeira infância e de que forma a nossa proposta pedagógica estimula esse valor no dia a dia escolar.
Autonomia na alfabetização: o que é, afinal?
Antes de mais nada, é importante desfazer um equívoco comum: autonomia não é independência total. Não se trata de “soltar a criança para que ela se vire sozinha”, mas sim de fortalecer gradualmente a sua capacidade de agir, pensar, escolher e resolver desafios com mais segurança e consciência.
Autonomia é quando a criança começa a:
- Organizar seus materiais
- Escolher como resolver uma atividade
- Ter iniciativa para pedir ajuda ou buscar uma solução
- Tomar pequenas decisões e lidar com suas consequências
- Desenvolver autorregulação emocional diante de frustrações ou erros
Essas atitudes são a base para um processo de alfabetização mais consistente, engajado e prazeroso.
Por que a autonomia é fundamental na alfabetização?
Quando uma criança aprende a ler e escrever, ela não está apenas decifrando códigos. Ela está lidando com desafios cognitivos complexos, exercitando a memória, desenvolvendo a atenção, relacionando símbolos com sons, compreendendo contextos, interpretando sentidos.
Para dar conta de tudo isso, ela precisa se sentir capaz. E é aí que entra a autonomia como base emocional e cognitiva para o aprendizado.
Uma criança que se sente segura para tentar, que entende que pode errar e refazer, que sabe buscar estratégias diferentes para resolver um problema, tem muito mais chances de avançar com confiança no processo de alfabetização.
Ao contrário, quando a criança depende o tempo todo do adulto para validar cada passo, o medo de errar pode bloquear o aprendizado — e, com isso, a alfabetização se torna um processo mecânico, sem sentido real.
Como a autonomia é cultivada na Casa de Vó

Na Casa de Vó Escola Bilíngue, o desenvolvimento da autonomia começa muito antes da alfabetização propriamente dita. Ele faz parte do cotidiano desde o primeiro ano de vida escolar, seja nas pequenas escolhas diárias, nas interações com os colegas ou na forma como as atividades são propostas.
Veja alguns exemplos de práticas que promovem a autonomia desde cedo:
- Organização da rotina com visualizações acessíveis, para que as crianças entendam o que vem depois e se preparem para cada atividade
- Espaços adaptados, onde a criança alcança materiais, sabe onde guardar, pode explorar com liberdade
- Atividades abertas, que permitem diferentes caminhos e soluções, respeitando o jeito de pensar de cada aluno
- Mediação pedagógica acolhedora, que estimula a criança a tentar antes de receber a resposta pronta
- Momentos de escuta ativa, onde a criança tem espaço para expressar o que pensa e sente, sendo valorizada em suas opiniões
Essas práticas fortalecem a autoconfiança, a responsabilidade e o prazer em aprender — elementos essenciais para a alfabetização.
Autonomia na alfabetização na FLY Elementary School
Quando o aluno chega ao Ensino Fundamental 1, essa autonomia construída desde os primeiros anos se torna ainda mais visível — e essencial.
Na FLY Elementary School, a alfabetização continua sendo um processo vivo, afetuoso e personalizado. Não há fórmulas únicas ou metas impessoais. Cada criança tem seu percurso, suas descobertas, seus desafios. E é com base na autonomia emocional e intelectual que ela avança.
Algumas estratégias que utilizamos nessa fase incluem:
- Projetos interdisciplinares, onde os alunos decidem como apresentar um conteúdo, criam histórias, investigam temas
- Autoavaliação e portfólios, para que as crianças reflitam sobre o que aprenderam, o que ainda precisam revisar, o que gostaram mais
- Acompanhamento individualizado, com planos de ação personalizados para cada ritmo de aprendizagem
- Ambiente bilíngue contextualizado, que desafia os alunos a se comunicar em inglês de forma funcional, sem traduções automáticas
- Valorização do erro como parte do processo, promovendo uma cultura de tentativa, revisão e crescimento constante
Tudo isso faz com que a criança não apenas aprenda a ler e escrever, mas se perceba como alguém capaz de construir conhecimento — e isso é o que realmente marca a diferença.
Família e escola: parceria essencial para a autonomia
É importante lembrar que a autonomia não é construída apenas na escola. Ela depende também do espaço que a criança tem em casa para se desenvolver.
Na Casa de Vó e na FLY, mantemos um diálogo constante com as famílias, orientando e fortalecendo essa parceria. Entre os pontos que sempre reforçamos estão:
- Permitir que a criança tente antes de intervir
- Valorizar os processos, não apenas os resultados
- Evitar resolver tudo pela criança — mesmo que seja mais rápido
- Estimular pequenas responsabilidades diárias
- Reforçar a confiança com palavras e atitudes
Quando escola e família caminham na mesma direção, o desenvolvimento da autonomia acontece com muito mais leveza e efetividade.
Alfabetizar com afeto, propósito e liberdade
Na Casa de Vó Escola Bilíngue e na FLY Elementary School, alfabetizar não é apenas ensinar a juntar letras. É ajudar a criança a descobrir que ela pode nomear o mundo, registrar o que pensa, contar o que sente, criar, refletir, transformar.
E para tudo isso, ela precisa se sentir livre para tentar, segura para errar e confiante para persistir.
A autonomia na alfabetização é um dos maiores presentes que podemos oferecer a uma criança. Porque, mais do que aprender a ler e escrever, ela aprende a confiar em si mesma — e isso, sim, muda o rumo de toda uma vida.